sexta-feira, 23 de abril de 2010

1, 2, 3, 4...

A sala em silêncio começou a copiar o que o professor escrevia na lousa. A garota olhou sua bolsa enquanto burburinhos de conversa surgiam no fundo da sala. O desejo por musica falou mais alto e em um ato reflexo ela pegou seu iPod dentro da bolsa. Colocou os fones nos ouvidos e deu play. Deixou o som baixo - quase que como uma música ambiente. Estava no meio da terceira música quando ouviu a voz do professor dizer seu nome. Um fone foi retirado do ouvido.
-Não é permitido o uso de aparelhos eletrônicos na minha aula - Ele disse severamente.
-Desculpa professor, mas, me responda uma coisa: eu estou atrapalhando a sua aula? - Ela disse em um tom curioso e desafiador.
O professor abaixou a mão e se dirigiu à aluna bravo.
Ele respirou fundo antes de prosseguir. Começou dizendo que não era assim que deveriam se dirigir a um professor, e continuou falando de disciplina, atenção, rendimento escolar, entre muitas outras coisas.
Silêncio.
A garota olhou fundo nos olhos do professor e perguntou triste:
-Professor, você ja amou alguem? - risos baixos se explodiram por toda a sala - Eu quis dizer aquele amor puro. Único. Que muda a cada pessoa, que não tem explicação. Que te faz sentir completo.
Silêncio novamente.
O professor parecia perplexo.
-Já percebeu que tudo te faz lembrar a pessoa? Tanto faz se é familia, amigo ou algo mais. Uma palavra te faz lembrar essa pessoa. Uma foto, um gesto, um filme, o que seja. Mas, principalmente, uma música. As palavras parecem ser parte de voce. Escritas por voce. Para voce. Fazem todo sentido.
A voz que falava forte na sala era forte, mas chorosa.
-Voce sente que precisa cada vez mais das coisas que te fazem lembrar a pessoa. Especialmente a música.
Ela respirou fundo. Longos segundos se passaram.
O professor então falou:
-Obrigado.
Ele sorriu e uma lágrima escorreu em seu rosto antes severo. A garota sorriu e voltou a por o fone no ouvido e ouviu sua música.


Vou ser bem sincera: nao achei um texto lindo, digno de grandes elogios. Mas achei verdadeiro. Escrevi tudo o que realmente sinto.
@camikz

terça-feira, 20 de abril de 2010

Estranho.

Tenho pensado em tantas coisas para escrever mas nada me vinha em mente. Por isso, estranhamente, decidi postar um conto que escrevi em 2009. Não é um dos meus favoritos - o que foi que me impressionou - mas coloco ele aqui mesmo assim.

JE T'AIME

Ele esperava solitário. Começava a chover em Montreal. O ano de 1958 demorava a passar. Ele esperava por ela. Queria se desculpar pelo ocorrido dos dias anteriores. Ela saiu.
Usava uma saia azul-marinho rodada, e uma camisa branca. Os cabelos levemente cacheados estavam escondidos da chuva por um lenço colorido.
-Oi! Posso falar com você?
Lágrimas apareceram nos olhos da garota ao ouvir aquela voz. Quis sair correndo, mas não teve coragem. Seu rosto meigo já estava totalmente molhado pelo choro incontido.
-Deixe-me ir! Foi um grande erro.
O lenço caiu. Nenhum dos dois podia esquecer o que havia acontecido dias atrás.
-Anne! Espere! Foi mesmo um erro! E estou aqui para me desculpar sobre o ocorrido.
Os olhos azuis de Sebastien estavam cheios de lágrimas. A chuva ficara mais forte na silenciosa Montreal.
-Se não quer me ouvir... Adeus.
Ele deu as costas e saiu andando. Ela chamou seu nome. Sua voz doce, embaçada pelo choro, gritava. Ele voltou.
-Aqueles beijos, aquelas carícias, aqueles carinhos... Nunca deveriam ter acontecido!
-Não consigo esquecer você Anne!
-É claro! Se você não tivesse falado aquilo, feito aquelas coisas, me iludido!Nada teria acontecido!
Ela chorava fortemente. Lágrimas também corriam pelos olhos de Sebastien.
-Desculpe-me!
Ela saiu correndo. Ele gritou algo. Ela parou, e ele foi até ela. Ficaram frente a frente. Chorando. Disseram:
- “Je t’aime!”.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

#aleatorio

AMIGOS

São aquelas pessoas que não vão nos julgar, que nos entendem. Que quando uma lágrima sair de nossos olhos irao seca-las. Que nos fazem sorrir, amar, aprender. São pessoas sem definiçao - ninguém consegue definir um amigo.
Sao aqueles que sempre estarao ao seu lado. Que nao importa o que aconteça - estarao lá.

Post rapido, mas com significado.

@camikz

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Um ídolo

Parte 10 (Postada no MySpace no dia 08 de Abril de 2010

Esse é para todos os odiadores.

Vocês precisam entender que vocês são um grande problema no mundo de agora.

vocês levam o ódio a fabricar a sua existência “egoísta”.
vocês tem sede de publicidade.
infelizmente, devido a nossa sociedade;
a vida é uma competição.

As pessoas estão sempre tentando ser mais “importantes”.

Vocês precisam entender que todos são importantes.
A humanidade foi feita para trabalhar como um só.

Uma vez que nós todos pudermos aprender a amar todas as coisas, é quando a humanidade viverá em potencial.


eu não estou nem aí se você não gosta da minha música;

mas por favor, se livre dessa engergia negativa.

vamos todos ser amigos.
é mais divertido assim, ha.

euamovocêstodos.

<3

-christofer drew

P.S.

Não é sobre mim.
Não é sobre você.
É sobre nós.

Christofer Drew. NeverShoutNever.

Nao tenho nem o que falar dele. Ídolo é pouco. Obrigada ao @zeeishot por me dar vontade de pesquisar sobre uma pessoa que mudou a minha vida.

Links: Site oficial: www.nevershoutnever.com
Twitter: www.twitter.com/christoferdrew
MySpace:
www.myspace.com/nevershoutnever
Purevolume: www.purevolume.com/nevershoutnever
Facebook: www.facebook.com/nevershoutnever
Loveway Records:
www.lovewayrecords.net
NSNBR:
http://nevershoutnever.com.br/

@camikz

segunda-feira, 5 de abril de 2010

05/04/2010 #Aleatório

É como se não houvesse luz. Como se o sol não existisse – sem luz, sem calor. Algo sem explicação.

Tudo está escuro – enxergo apenas uma leve névoa sob meus pés. Está frio – respirar é a coisa mais difícil para se fazer aqui.

Minha mente está cheia de idéias, mas nenhuma completa. Meu coração esta confuso e parece não bater há muito tempo. Meus olhos estão embaçados e as lágrimas viraram minhas melhores amigas.

É como se não houvesse vida. Nada. Estou sozinha, escrevendo lamentos para ninguém. Não ouço passos nem vejo vultos.

Já me esqueci o que é fome, magreza virou minha forma eterna. Tenho sede – sede de vida.

As pálpebras pesam, querem se fechar sozinhas. O cansaço toma conta de mim. Minhas pernas não conseguem se mover – cada passo se assemelha a tortura.

Sinto o suor escorrer em minha testa e estremeço. Meus lábios estão fechados em uma linha fina, segurando os tremores.

Só se pode me ver.

Única, parada, solitária.

É como se não estivéssemos mais na Terra e sim em, quem sabe?, uma outra galáxia. Algum lugar novo, diferente.
Imagens correm em minha memória – meu passado vivido. Palavras, risadas, pessoas, amores, amizades. Coisas nunca mais esquecidas, mas que parecem fugir de mim.

Não tenho mais medo. Tenho duvidas. Duvidas do presente, duvidas do futuro.

A respiração está acelerada – apesar da dificuldade.

Coisas se mexem no estomago e parecem querer sair pela garganta travada. As mãos que seguram a esperança estão frias e úmidas. Fechadas de tal modo que as unhas ferem as palmas. Os pés que sustentam o corpo pedem ajuda. Choram por um milagre.

Tudo some.

Os olhos se abrem lentamente e a claridade da lâmpada próxima os toca. As vozes inundamos ouvidos que estranham o barulho. O corpo – insistentemente – se senta, e a mente volta a funcionar.

É como se soubesse que tudo aconteceria novamente.

Uma risada baixa.

Um sorriso branco como neve aparece no rosto.

@camikz